Author:
Araújo Carolina Muzzi Lamounier,Castro Clara Samarane,Sternick Letícia Ribeiro,Lemos Luiza Guerra,Gonçalves Francis Magalhães
Abstract
INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019, foi detectado o primeiro caso de SARS-Cov-2, na China. Para evitar a propagação viral, foram adotadas medidas como o isolamento social, que apesar de ter sido uma medida efetiva, implicou em prejuízos na saúde mental, socialização e no desenvolvimento neuropsicomotor. OBJETIVO: Incitar reflexão sobre os impactos psicossociais dessa pandemia em crianças e adolescentes, além de alertar profissionais e famílias sobre a situação. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão integrativa de literatura por meio de artigos em português e inglês publicados nas bases de dados PubMed, Up to Date e Scielo; além de periódicos pediátricos e portal da Sociedade Brasileira de Pediatria entre os anos de 2019 e 2023. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As patologias mentais causadas pela pandemia da covid-19, e seus fatores de risco, devem ser estudadas e abordadas com o mesmo empenho que se faz em casos de doenças orgânicas, devido às repercussões relevantes aos pacientes. Nove em cada dez pediatras notaram alterações no comportamento de crianças durante a pandemia, que mantém forte relação com um ambiente fragilizado e o consequente quadro de estresse tóxico. Um estudo chinês com estudantes da 4ª à 8ª série, evidenciou aumento de sintomas depressivos, automutilação sem intenção suicida, ideação suicida e suicídios, além de outros estudos que identificaram diversos distúrbios psiquiátricos. Nos lactentes, a falta de contato com outras crianças prejudica o desenvolvimento neuropsicomotor. O período de isolamento social e consequente ensino a distância também foi responsável por evidenciar a desigualdade social, devido à grande diferença na qualidade e recursos para tal modelo de ensino entre os grupos. Além disso, a diminuição do poder de compra em determinadas famílias prejudicou diretamente a nutrição e saúde dessas crianças e adolescentes. Sabe-se que 87% dos estudantes adotaram o ensino remoto, levando ainda ao uso excessivo de eletrônicos, sendo prejudicial ao desenvolvimento individual. CONCLUSÃO: Portanto, deve-se compreender a realidade apresentada, buscando atender a necessidade de cada criança e adolescente, bem como explorar novas formas de estímulo e interação de acordo com novos contextos. Ademais, apesar dos benefícios advindos do retorno às aulas presenciais, o apoio multidisciplinar é o ideal para na abordagem das consequências deixadas pela pandemia.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Reference13 articles.
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