Author:
Bezerra Stéfani Clara da Silva,Da Silva Alexandre Antônio Bruno,Benevides Lara Castelo Branco Monteiro
Abstract
O propósito do estudo é problematizar a concepção da internet como uma via de acesso universal e, portanto, viabilizadora da democracia e, por conseguinte, do desenvolvimento sociopolítico da coletividade. Parte-se da hipótese de que, no campo virtual, não existem marcadores socioeconômicos que inviabilizam o diálogo plural. Porém, há outras formas de exclusão de grupos minoritários que mitigam a universalização do acesso à internet. Os ambientes virtuais de opinião permitem um amplo diálogo, mas apresentam características que possibilitam a exclusão, seja em razão de gênero, classe, ou de outras particularidades. O ciberespaço não dispõe de territorializações como o meio físico, mas a quebra do anonimato desses indivíduos é suficiente a condenar-lhes à exclusão, obstando o desenvolvimento sociopolítico. O artigo aponta os contrapontos que mitigam o acesso universal, aborda a participação dos grupos minoritários na democracia clássica e os contornos que estes ganham no bojo da ciberdemocracia. Esses grupos resultam excluídos dos debates públicos e deixam de manifestar seus interesses, o que prejudica a ciberdemocracia e o desenvolvimento sociopolítico. Logo, ao mesmo tempo que a proposta do ciberespaço pretende alcançar as mais diversas demandas, o caminho para a tal participação democrática ainda encontra obstruções sociais, políticas e econômicas.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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