LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA ENTOMOFAUNA, EM PERÍODO CHUVOSO, EM ÁREA DE BORDA DA ARIE MATINHA DO PICI, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA – CE

Abstract

O grupo dos insetos é altamente diverso, ocorrendo desde ambientes preservados até severamente antropizados. Estes organismos, podem ser utilizados como importantes ferramentas em estudos de qualidade ambiental, sobretudo, em razão de sua sensível relação com a vegetação, solo, água e clima. O objetivo deste trabalho é identificar a entomofauna em uma área de borda da Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE Matinha do Pici, e relacioná-la à flora e ao ambiente. A área da pesquisa é um fragmento de mata de tabuleiro situado na Universidade Federal do Ceará, no Campus do Pici, Fortaleza/CE. Semanalmente, durante o mês de maio de 2019, foram realizadas coletas passivas, com a instalação de 3 armadilhas de queda tipo pitfall, enterradas à nível do solo por 48 horas, bem como, coletas ativas onde foram utilizados puçás, peneiras de pano e técnicas de captura manual. A flora associada foi identificada em nível de Família, e os insetos coletados, foram eutanasiados, contabilizados, conservados em via úmida e/ou seca, identificados, e ao final, etiquetados. Foram coletados 718 indivíduos, distribuídos em 10 Ordens, 61 Famílias e 11 substratos florísticos. As Famílias mais representativas foram Formicidae (44,7%), Termitidae (12,3%), Cicadellidae (5,55%), Curculionidae (4,58%), Membracidae (3,75%) e Acrididae (3,33%). A coleta manual e o puçá foram os métodos de coleta que encontraram maior diversidade. Além disso, foi observada uma relação positiva entre abundância e a umidade relativa do ar (p-valor = 0,00). Em seguida, se observou a alta representatividade de táxons resistentes à antropização, o que indica a ocorrência de distúrbios ambientais. Entretanto, são necessários estudos mais aprofundados acerca da relação dos fatores meteorológicos com a entomofauna local, sobretudo em diferentes estações do ano, para uma melhor avaliação da qualidade ambiental da região, a fim de encontrar dados mais coesos, a serem somados ao plano de manejo desta unidade de conservação.