Author:
Coleto Arlinda Flores,Gundim Lígia Fernandes,Tivelli Patrícia,Szabó Matias Pablo Juan,Medeiros-Ronchi Alessandra Aparecida
Abstract
O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um cão, mestiço, de dois meses de idade, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com histórico de emagrecimento progressivo, diarreia e vômito. Ao exame clínico, foi observado mucosas pálidas e sopro grau IV em foco mitral. Foram realizados exames radiográficos simples e contrastados e, posteriormente, atribuído o diagnóstico de megaesôfago. Devido a complicações posteriores, o animal foi submetido à eutanásia e encaminhado ao Departamento de Patologia Animal - UFU. À necropsia, foi visualizado cordão brancacento cilíndrico com origem no coração, comprimindo traqueia e esôfago. Acima dele, observou-se dilatação esofageal com presença de líquido leitoso. O megaesôfago foi atribuído à persistência do arco aórtico direito (PAAD). A PAAD é considerada a alteração de anel vascular mais comum em cães. Em animais jovens, caracteriza-se por ser a principal causa de disfagias e dilatações do esôfago. Durante a embriogênese, há formação de diversas estruturas vasculares, entre elas os arcos aórticos. Em condições fisiológicas, o arco aórtico esquerdo persiste ao nascimento e dá origem a aorta descendente. Se o arco aórtico direito não regride, é este quem dará origem a aorta, se posicionando à direita do esôfago e traqueia. O ducto arterioso que regride ao fim da formação fetal em ligamentum arteriosum, transpassa o esôfago, causando compressão a nível da base cardíaca e dilatação cranial do órgão. Apesar de pouco frequente, o megaesôfago congênito por PAAD deve ser considerado como diagnóstico diferencial no caso de cães jovens com disfagia. Alterações congênitas dos anéis vasculares, caso não corrigidas, possuem prognóstico desfavorável.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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