CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO FORMAIS NO NORDESTE: DINÂMICA DOS FLUXOS DE EMPREGO ENTRE 2001 E 2018
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Published:2023-02-08
Issue:02
Volume:16
Page:e957
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ISSN:1981-223X
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Container-title:REVISTA FOCO
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language:
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Short-container-title:Rev. Foco
Author:
Machado Beatriz Lima,Brito Alexsandro Sousa,Lima Valéria Ferreira Santos de Almada,da Silva Jadson Pessoa,Mascarenhas Júnior Francisco Pereira
Abstract
O artigo propõe uma interpretação sobre a dinâmica dos fluxos de emprego no Nordeste do Brasil num período de quase duas décadas, entre 2001 e 2018, por meio da metodologia do processo de criação e destruição de empregos desenvolvida por Davis e Haltiwanger (1992), mensurando os fluxos de emprego a partir das taxas de criação (Job Creation - JC), destruição (Job Destruction - JD) e variação líquida (Net Employment Growth - NEG) de empregos no mercado de trabalho formal, abordagem que analisa a dinâmica do emprego pela ótica da demanda. A base de dados utilizada foi a RAIS Identificada (Relação Anual de Informações Sociais - microdados). Procura-se responder como se deu a dinâmica de criação de empregos na Região, considerando os setores da atividade econômica que comandaram o processo de criação e destruição de postos de trabalho formais; o tamanho dos estabelecimentos, para verificar se o porte das empresas importa nesse processo; além de analisar, sucintamente, se há disparidade intrarregional ao longo do período de criação e destruição de empregos. Entre os principais resultados, destacam-se: a) é possível dividir o período em dois momentos distintos, um de auge (2001 a 2010) e de declínio (2011 a 2018) do mercado de trabalho formal; b) a Administração Pública foi o principal setor responsável pelas elevadas taxas de criação de empregos tanto no período consolidado quanto no período de auge; contudo é, também, o destruidor líquido de empregos no período de declínio, onde o setor de Serviços passa a ser o maior criador líquido de postos de trabalho; c) as microempresas embora sejam as maiores criadoras brutas de emprego, são também as maiores destruidoras; assim, do ponto de vista da criação líquida de empregos não há grandes diferenças entre as micro, pequenas e médias empresas; d) as micro e pequenas empresas são mais resilientes às oscilações do ciclo econômico, sendo as últimas a se ajustarem aos choques da atividade econômica; e) os perfis socioeconômicos dos estados não possuem predominância na influência das maiores e menores taxas de criação líquida de empregos formais; os estados que apresentaram as maiores taxas de criação de postos de trabalhos formais em termos líquidos foram: Maranhão (7,6% a.a.), Ceará (6,5% a.a.), Sergipe (6,4% a.a.), Piauí (6% a.a.), Bahia e Paraíba (5,9% a.a.); portanto, estados grandes e pequenos, tanto em termos demográficos, como econômicos, tem participação relevante na criação líquida de empregos na Região.
Publisher
South Florida Publishing LLC
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