Abstract
Introdução: A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes mellitus com grande impacto na saúde, mas seu diagnóstico por oftalmoscopia e a instituição do tratamento precoce comprovadamente reduzem a progressão para a perda visual. No território adscrito pela Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) onde realizou-se o presente estudo a equipe médica percebeu uma quantidade significativa de pessoas que não realizam fundo de olho periodicamente. Objetivo: Avaliar a taxa de pessoas adequadamente rastreadas quanto à retinopatia entre os diabéticos tipo 2 dessa localidade rural. Métodos: Este estudo consiste em um relato de experiência da realização de uma auditoria clínica para avaliar a taxa de rastreio de retinopatia entre diabéticos tipo 2 de uma UAPS. Para isso foi gerada uma planilha com os pacientes diabéticos de forma eletrônica pelo prontuário e-SUS, com posterior leitura de prontuário dos últimos dois anos em busca de menção à realização de oftalmoscopia. Resultados: O relatório gerou 3.736 cadastros ativos, dos quais 181 eram diabéticos. Destes, 156 foram selecionados para análise por serem comprovadamente diabéticos tipo 2. A taxa de rastreio nos últimos dois anos foi de 13,4%. Em 61,9% dos casos, a realização de fundoscopia foi realizada na própria UAPS. Conclusão: A auditoria clínica foi uma ferramenta útil para confirmar e delimitar a suspeita de baixa taxa de rastreio de retinopatia diabética. A realização de fundoscopia pelo médico de família e comunidade com treinamento foi uma estratégia que permitiu elevar essa porcentagem.
Publisher
Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade (SBMFC)
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