Abstract
Introdução: No Brasil, um dos principais desafios que a Estratégia Saúde da Família (ESF) tem enfrentado é a alta rotatividade de profissionais, principalmente médicos de família e comunidade. Assim, o Programa Mais Médicos (PMM) surgiu para suprir a carência de profissionais médicos nas regiões brasileiras, garantindo assistência de qualidade na Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivo: Analisar a efetividade do Programa Mais Médicos no Brasil com base nas internações por condições sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) antes e depois da implementação. Métodos: Estudo ecológico de séries temporais, com dados dos anos de 2010 a 2016 — período de três anos antes e depois da implantação do PMM no sudoeste de Goiás — extraídos do Sistema de Informações Hospitalares. A tabulação dos dados foi realizada pelo TabWin3.2, e posteriormente eles foram analisados no programa Stata 15.0, com análise da tendência por meio da regressão linear. Resultados: A taxa média de internação foi estatisticamente maior que a taxa média de ICSAP (p<0,001). A taxa média de ICSAP nos homens foi estatisticamente maior que a taxa média de ICSAP (p<0,05). Verificou-se redução da taxa de incidência global de ICSAP (p<0,001) após a implantação do PMM (p<0,001). Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem que a inclusão de médicos nos serviços de APS após a implantação do PMM contribuiu para o acesso aos serviços de saúde, ao mostrar tendência de redução das ICSAP mais significativas em decorrência das ações do Programa.
Publisher
Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade (SBMFC)
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2. Programa Mais Médicos: panorama da produção científica
3. Fatores críticos para a fixação do médico na Estratégia Saúde da Família
4. A rotatividade de enfermeiros e médicos: um impasse na implementação da Estratégia de Saúde da Família
5. A expansão de vagas de residência de Medicina de Família e Comunidade por municípios e o Programa Mais Médicos