Abstract
A oftalmoscopia direta é um exame utilizado para diagnóstico e rastreamento de doenças da retina, do disco óptico e do humor vítreo no contexto da atenção primária à saúde. Estudos demonstram que é uma prática pouco utilizada regularmente por médicos de família e comunidade. O objetivo deste estudo é identificar barreiras para a realização da oftalmoscopia por médicos da referida especialidade. Este estudo utilizou metodologia qualitativa, baseada em entrevista semiestruturada com médicos de família e comunidade e posterior análise temática. Demonstrou-se que as barreiras para a realização de oftalmoscopia direta incluem dificuldade no manejo do oftalmoscópio e na dilatação pupilar, pouco conhecimento da anatomia ocular, sentimento de insegurança na realização e na interpretação de achados, percepção de que seria um exame mais bem realizado por um especialista, falta de formação e experiência prática na graduação e na residência médica, percepção de pouca utilidade ou resolutividade, dificuldade em adequar o ambiente para a realização do exame, ausência de aparelho e colírios midriáticos nas unidades de saúde, aumento no tempo de consulta, ausência de fluxos de encaminhamento mediante achados alterados, presença de serviços de teleoftalmologia e ausência de treinamento da equipe multiprofissional.
Publisher
Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade (SBMFC)
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