Abstract
Introdução: O estigma dos portadores de transtornos mentais está presente na sociedade como um todo, incluindo os profissionais da saúde, prejudicando tanto as relações sociais desses indivíduos quanto a assistência à saúde que lhes é fornecida. Objetivo: Analisar como a educação em saúde altera o estigma dos profissionais da atenção primária em saúde sobre os portadores de transtornos mentais. Métodos: Estudo experimental com abordagem avaliativa pré e pós-intervenção, em quatro unidades de atenção primária em saúde na Regional de Saúde VI de Fortaleza (Ceará), de junho a dezembro de 2019, com profissionais da Estratégia Saúde da Família. Realizaram-se capacitações educativas baseadas no manual Mental Health Gap Action Program, da Organização Mundial da Saúde, por dois pesquisadores. O grau de estigma foi avaliado com o Questionário de Atribuição versão em português (Attribution Questionnaire — AQ-9). Resultados: Participaram 64 profissionais da saúde, a maioria mulheres (92%, n=58), com ensino médio completo (56%, n=34), predominando agentes comunitários de saúde (63%, n=39), com idade média de 43 anos. Comparou-se a soma das respostas de cada item do questionário para cada participante, antes e depois da intervenção, por meio do teste de Wilcoxon, e foi encontrado o valor p<0,001. Conclusões: A intervenção educativa foi capaz de diminuir o estigma de profissionais da saúde em relação aos portadores de transtornos mentais, podendo servir para a criação de um modelo municipal de educação profissional permanente.
Publisher
Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade (SBMFC)