Abstract
Introdução: Os cuidados paliativos são voltados para o controle de sintomas físicos, sociais, espirituais e emocionais. Atualmente, há no Brasil um cenário de acúmulo de pacientes em situação de terminalidade, o que contribui para que o país seja apontado como o 3º pior lugar para se morrer. A desospitalização, com cuidado prestado pela Atenção Domiciliar, é apontada como uma forma de aprimorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os custos para o Sistema de Saúde. Objetivo: Identificar o perfil dos pacientes em cuidados paliativos assistidos pelo Serviço de Atenção Domiciliar de Divinópolis-MG, bem como as intervenções realizadas e sua efetividade. Métodos: Estudo de caráter descritivo, realizado a partir da análise retrospectiva de prontuários de pacientes que receberam alta do Serviço de Atenção Domiciliar de Divinópolis-MG entre 2020 e 2021, com coleta quantitativa dos seguintes dados: sexo, idade, endereço de moradia, equipe multiprofissional de atenção domiciliar responsável pelo atendimento, tipo de enfermidade, intervenções realizadas pelas equipes do Serviço de Atenção Domiciliar, efetividade das intervenções feitas pelas equipes do Serviço de Atenção Domiciliar, sintomas apresentados, eficácia do controle sintomático e razão da alta do serviço. Resultados: Foram coletados os dados de 72 prontuários; a partir disso, constatou-se uma faixa etária média de 67,38 anos, com predomínio de atendimentos a pacientes do sexo feminino e de acometimento por enfermidades neurodegenerativas. Em relação aos sintomas apresentados nos prontuários, 54 foram tratados de forma eficaz, 23 de forma ineficaz e 22 não foram tratados. As altas por controle sintomático representaram 43,04% do total. Conclusões: Ressalta-se a capacidade do Serviço de Atenção Domiciliar de manejar adequadamente os pacientes elegíveis para os cuidados paliativos, a fim de controlar sintomas — físicos, sociais, psicológicos e familiares —, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seu círculo social.
Publisher
Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade (SBMFC)
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