Abstract
Highlights
O interesse pela qualidade de vida das pessoas com Esclerose Múltipla em Portugal é relativamente recente e o impacto da doença tem sido limitado à avaliação da incapacidade causada.
A esclerose múltipla é considerada a causa não traumática mais frequente de incapacidade no adulto jovem, entre os 20 e os 40 anos, com maior incidência nas mulheres.
As variáveis com maior peso preditivo são as que influenciam o domínio físico e o domínio social explicando no seu total, 59,00% e 53,00% respetivamente da variabilidade.
Conhecer a qualidade de vida e variáveis associadas, na pessoa com esclerose múltipla permite estabelecer programas específicos e eficazes de cuidados de enfermagem na promoção do bem-estar do paciente.
Introdução: A esclerose múltipla afeta de forma bastante significativa a qualidade de vida das pessoas portadoras da doença. Objetivo: Aavaliar a qualidade de vida da pessoa com esclerose múltipla e analisar a associação com variáveis sociodemográficas clínicas e funcionais. Materiais e Métodos: Estudo observacional, transversal, descritivo-correlacional e de cariz quantitativo que utilizou uma amostra do tipo não probabilístico por conveniência, constituída por 70 doentes com esclerose múltipla, inscritas na Associação de Esclerose Múltipla da Região Centro de Portugal. O protocolo de recolha de dados continha questões sociodemográficas, clinicas, a Escala de Apgar familiar e o Índice de Barthel. Foi utilizada estatística descritiva e inferencial no tratamento de dados e a colheita foi efetuada entre abril e julho de 2021. Resultados: A maioria dos participantes apresenta qualidade de vida global moderada (M=51,78 ± 24,09), com scores mais elevados nos domínios relações sociais e ambiente e mais baixos no domínio físico. A melhor qualidade de vida estava associada, a idade inferior a 45anos, habilitações literárias superiores, famílias funcionais e maior independência funcional nas atividades de vida diária. Discussão: As variáveis com associação mais robusta são as que influenciam o domínio físico e o domínio social que explicam, no seu total, 59,00% e 53,00% da sua variabilidade. Conclusões: Estes resultados indicam que as pessoas com esclerose múltipla apresentam uma qualidade de vida comprometida, fortalecendo a necessidade de implementar novas estratégias de diagnóstico precoce e intervenções preventivas eficazes, potenciadoras de melhor qualidade de vida, em todos os domínios que a constituem.
Como citar este artigo: Martins Rosa, Gomes Sara, Vicente Patrícia, Carvalho Nélia, Batista Susana. A qualidade de vida de pessoas com esclerose múltipla em Portugal. Revista Cuidarte. 2024;15(2):e2841. https://doi.org/10.15649/cuidarte.2841
Publisher
Universidad de Santander - UDES