A inserção sociológica no problema da crise climática

Abstract

A crise climática enfrentada atualmente pela humanidade vem sendo considerada sem precedentes na história da civilização. Especialistas de distintas disciplinas, solicitados a trabalhar conjuntamente em busca de se evitar o colapso, encontram respaldo nas Ciências dos Sistema Terrestres (CST). O artigo objetiva discutir alguns aspectos do problema climático por suas origens sociais. No percurso metodológico, inicialmente abordou-se as linhas da Sociologia Ambiental para, a partir do exemplo da mudança no uso da terra, analisar criticamente a maneira como a sociologia contribui nas CST. Verificou-se que, a abordagem sociológica adotada tanto na Sociologia Ambiental como nas Ciências Naturais e Tecnológicas sobre as questões climáticas e sobre o uso e a mudança no uso da terra em particular, tendem a tergiversar, incorrendo ao mesmo tempo no perigo de favorecer a culpabilização da população, seja pelo mero aumento dela, pela falta de práticas sustentáveis de manejo do solo, ou pelo consumo equivocado. Consequentemente, o foco recai na adaptação e na mitigação, isto é, nas reformas, enquanto a questão fundamental das relações de propriedade, a relação entre capital e trabalho, a produção e o poder que promovem, em última instância, a destruição ambiental global, ficam totalmente fora do debate climático. Assim, o enfrentamento das questões ambientais contemporâneas pela Sociologia integrada às CST, seria beneficiado com o suporte da ciência sociofísica a qual, para além da mitigação direta e políticas adaptativas, é capaz de articular a combinação dos pensamentos crítico e quantitativo unindo, respectivamente, as Ciências Sociais e Naturais.