Abstract
Os relatórios sociais e ambientais ainda não são obrigatórios para todas as empresas e não são submetidos ao processo de auditoria, portanto, geram dúvidas quanto ao seu conteúdo, já que os gestores podem escolher quais informações divulgar interferindo na qualidade e transparência dos relatórios. As formas tradicionais de contabilidade que salientam as perspectivas do mercado de capitais e dos acionistas, acabam por promover políticas neoliberais, mas esquecem o sentido democrático de participação. Para abdicar dessa abordagem monológica tradicional da contabilidade e buscar o aumento da participação democrática é necessário uma abordagem dialógica possibilitando o processo participativo que concilia as posições opostas, promove mudança social, reduz a assimetria de poder e, principalmente, dá voz aos tradicionalmente excluídos. Este artigo tem como objetivo desenvolver informações ambientais complementares direcionadas à comunidade do entorno da usina siderúrgica, localizada na cidade de Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro. Após a análise das entrevistas, foram elaborados dez indicadores ambientais complementares. A maior preocupação dos respondentes da comunidade local é a poluição atmosférica causada pelas atividades operacionais da usina siderúrgica. Os dez indicadores que estão sugeridos neste trabalho não conseguem captar a dor das pessoas, a angústia de viver sabendo que vai adoecer pela poluição, a mágoa pelo descaso da empresa e dos governos. Os resultados desta pesquisa são relevantes para os órgãos reguladores por mostrar as demandas da comunidade local que podem ser incorporadas aos relatórios e às demonstrações contábeis.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Subject
Materials Science (miscellaneous)
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