Abstract
Contexto: As atividades humanas possibilitam aproximação com diferentes vetores, aquí os Aedes, responsáveis por diversas doenças, como a Dengue, doença viral e espalhou pelo mundo. No Brasil a transmissão vem ocorrendo de forma continuada e com epidemias. Alguns estudos e pesquisas demonstram que precisamos ampliar as nossas análises críticas, além de dados epidemiológicos, voltando para o contexto territorial, observando onde estamos inseridos, reconhecendo novos saberes, como a Educação Popular em Saúde, as relações interculturais, intersetoriais, dialogadas em redes. Métodos: Os dados foram coletados nas fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) repassados pela Vigilância Epidemiológica de Uberlândia-MG (VIGEP), de 2020 a 2022, com análises sociodemográficas e epidemiológicas. Resultados: Percebemos aumentos, em 2022, dos casos de dengue em Uberlândia-MG. Os aspectos sociodemográficos penalizam grupos sociais vulneráveis, como mulheres, população de baixa renda e raça negra/parda. O processo de controle da doença continua com práticas biomédicas, as propagandas e os meios de comunicação são unidirecionais, com poucos diálogos educativos. Considerações: Quando os modelos de intervenção sanitária estão focados apenas nos componentes de natureza técnica (respaldados em dados epidemiológicos, gerenciamento vetorial/laboratorial e campanhas de comunicação massivas) as ações terão poucas efetividades, com impactos na saúde de uma parcela da população mais vulnerável. Precisamos de métodos que entendam o processo ambiente-saúde-doença nos contextos multicausais. Os contextos epidemiológicos e sociodemográficos da dengue em Uberlândia-MG demonstraram um perfil da doença com poucas posibilidades de mudanças em vigilancia em saúde.