Abstract
O Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), intercâmbio de cooperação estudantil do Brasil com países em desenvolvimento, é importante instrumento de internacionaliza-ção das universidades brasileiras. Oferecendo vagas para cursos de graduação, apresenta-se com objetivo de fortalecer relações culturais e econômicas com os países beneficiados, notadamen-te africanos, contudo, estipula regras estritas, exigindo que o aluno custeie sua estada no país e apresente o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Afiliando-se à Linguística Aplicada Indisciplinar, na pers-pectiva de Moita Lopes, em diálogo com posições pistemológicas dos estudos pós-colonialistas de Bhabha, esta pesquisa nvestiga como quatro estudantes congoleses narram o Celpe-Bras e o PEC-G, posicionando-se e sendo posicionados em relação a eles, e como performatizam narrativamente suas des(re)territorializa-ções. O corpusanalisado constitui-se principalmente de áudio-gravações de interações em aulas de português L2 e de conver-sas e trocas de e-mail com os estudantes e responsáveis pelo convênio.A análise indicou que os estudantes conceberam o Celpe-Bras como um instrumento que contribui para a apropriação de espaços e construção de multiterritorializações, e o PEC-G como um instrumento que restringe e controla essas apropriações, gerando territorializações precárias e vivências marcadas por preconceitos e exclusões. A análise das narrativas aponta a necessidade de se repensar o funcionamento dessa política pública, problematizando o papel do Brasil como agente de horizontalidades.
Cited by
4 articles.
订阅此论文施引文献
订阅此论文施引文献,注册后可以免费订阅5篇论文的施引文献,订阅后可以查看论文全部施引文献