Qualidade dos ovos frescos e armazenados em função do tempo de permanência nos ninhos em sistema cage-free

Abstract

O objetivo deste estudo foi investigar se a permanência dos ovos cage-free nos ninhos compromete sua qualidade interna. Foram distribuídos 660 ovos de poedeiras comerciais Isa Brown, com 31 semanas, em dois estudos independentes. No estudo 1, foi avaliada a qualidade de 180 ovos frescos submetidos a diferentes tempos de permanência no ninho (0h, 2h, 4h, 6h). Analisou-se peso dos ovos, altura de albúmen, Unidade Haugh e Índice Gema. No estudo 2, foram armazenados 480 ovos em esquema fatorial 4 x 5 [tempo de permanência no ninho (0h, 2h, 4h, 6h) vs período de armazenamento (0, 7, 14, 21 e 28 dias)]. Foram avaliados altura de albúmen, Unidade Haugh, Índice Gema, pH de gema e albúmen, oxidação lipídica e perda de peso dos ovos. Observaram-se alterações significativas para Unidade Haugh e altura de albúmen em ovos frescos, à medida que os ovos permaneciam no ninho, com menores valores (P<0,05) 6h pós-postura. Já em ovos armazenados, houve interação significativa entre o tempo de permanência no ninho e o período de armazenamento para Unidade Haugh, altura de albúmen, pH de gema e oxidação lipídica. Ao longo do armazenamento houve perda de qualidade, com menor (P<0,05) Índice Gema e maior (P<0,05) perda de peso aos 28 dias. O pH do albúmen foi superior (P<0,05) do 7º ao 28º dia de armazenamento. Conclui-se, portanto, que ovos cage-free sejam coletados o mais breve possível, preferencialmente até 4 horas após a postura, pois suas perdas em qualidade são constantes ao longo de sua permanência no ninho, sendo refletidas durante o armazenamento dos ovos.