Propriedades psicométricas da Frontal Assessment Battery na esclerose múltipla
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Published:2019-11-30
Issue:2
Volume:5
Page:19-37
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ISSN:2183-4938
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Container-title:Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social
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language:pt
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Short-container-title:Rev Port Inv Comp Soc
Author:
Henriques Sandra1ORCID, Espirito-Santo Helena2ORCID, Cunha Luís3ORCID, Lemos Laura3ORCID, Daniel Fernanda4ORCID
Affiliation:
1. Instituto Superior Miguel Torga 2. Centro Interdisciplinar de Investigação Psicossocial, Instituto Superior Miguel Torga; Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Universidade de Coimbra 3. Centro Interdisciplinar de Investigação Psicossocial, Instituto Superior Miguel Torga 4. Centro Interdisciplinar de Investigação Psicossocial, Instituto Superior Miguel Torga; Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra
Abstract
Contexto: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante crónica que pode envolver alterações cognitivas e executivas. As alterações executivas, relacionadas essencialmente com o lobo frontal, podem ser subdiagnosticadas, uma vez que os instrumentos utilizados na EM são extensos e complexos, podendo os seus resultados ser comprometidos pelos níveis de fadiga que poderão daí decorrer. A Bateria de Avaliação Frontal (FAB) é de aplicação rápida e simples e avalia as funções do lobo frontal. Objetivo: Explorar as propriedades psicométricas da FAB numa amostra de doentes com EM. Métodos: No estudo avaliaram-se 68 doentes com EM e 81 indivíduos sem diagnóstico de doença neurológica (amostra de controlo) com a FAB, a Subescala executiva do Montreal Cognitive Assessment/MoCA-E e o Teste de Fluências Verbais Fonéticas/TFVF. Vinte e nove doentes foram reavaliados com a FAB (intervalo 4-8 semanas). Resultados: Na amostra com EM, a consistência interna revelou-se adequada e a estabilidade temporal situou-se entre moderada a alta nas subescalas Semelhanças, FluênciasLexicais, Séries Motoras de Luria e Go-no-Go. A FAB correlacionou-se de forma elevada com o MoCA-E e TFVF, atestando a sua validade convergente, e a sua estabilidade temporal teste-reteste revelou-se adequada. A amostra com EM teve pontuações significativamente inferiores nas subescalas Fluências Lexicaise Séries Motoras de Luria comparativamente com a amostra de controlo(p < 0,05). Na EM, a FAB discriminou os níveis de escolaridade (p < 0,001) e a subescala Séries Motoras de Luria diferenciou os padrões de EM (p < 0,05). Conclusões: A FAB apresenta propriedades psicométricas adequadas para avaliar as funções do lobo frontal em doentes com EM, devendo integrar a sua avaliação neuropsicológica para auxiliar no correto encaminhamento terapêutico. Adicionalmente, a subescala das Fluências Lexicais parece ser importante para avaliar estes doentes, tendo potencial para o nível I do rastreio da disfunção frontal na EM.
Publisher
Instituto Superior Miguel Torga
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