Abstract
A concepção do que é realidade e como a verdade deve ser obtida é um elemento central no debate científico. Abordagens contábeis sobre essas questões são raras, mas não inexistentes, a emergência da abordagem crítica da contabilidade reflete a emergência de um debate científico contábil aberto e plural. Assim abre-se espaço para reflexões em profundidade sobre aspectos ontológicos e epistemológicos, apontando limitações sob perspectivas tradicionais que até então eram entendidas como o ideal ao campo. Este artigo é um reforço ao processo já em andamento de desmistificação do mainstream contábil, abordando algumas concepções essenciais da filosofia de ciência e elementos inerentes a condução do processo científico. Trata-se de um convite a reflexão sobre quais pressupostos da filosofia assumidos, ou negligenciados, pelo mainstream científico contábil. Por fim, o estudo revisita o desenvolvimento do debate cientifico contábil, demonstrando elementos epistemológicos que apontam par a ciência como um processo social múltiplo, o qual ainda que leve em conta perspectivas racionais, considere também aspectos subjetivos, políticos, culturais e emocionais. Como resultado do estudo tem-se tanto a exposição das características filosóficas que são assumidas e replicadas pelo mainstream contábil quanto as que, ainda que científicas, são simplesmente desconsideradas.
Publisher
Universidade Federal do Paraná