Abstract
A inerência entre vida e morte promove certa contradição quando se considera a incômoda maneira pela qual a morte tem sido experienciada no ocidente. A fuga da morte e de assuntos a ela relacionados agenciou determinada interdição que evita uma vivência com uma peculiar, porém indissociável, dimensão da vida (Ariès, 2012). Tal fenômeno provoca uma demanda: a educação para a morte (Kovács, 2005). Nesse contexto, este artigo trata da experiência de ensino com o game Jornada do Acolhimento com estudantes do 1º ano do Ensino Médio de uma escola pública de Cuiabá-MT. A morte, o game Jornada do Acolhimento e assuntos correlatos, como depressão e suicídio, foram aqui articulados com os discentes a partir do gênero discursivo (Bakhtin, 2010) diário pessoal. A escrita dos diários indicou, em tom confessional e intimista, que, a partir do game, tabus, crises e questões existenciais da adolescência foram refletidos e ressignificados exotopicamente (Bakhtin, 2010).
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