Abstract
Recordes de temperatura e eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes no Brasil, sendo a proteção de biomas e, especialmente, da Amazônia um dos pontos centrais nesse debate. Ainda assim, governos e grandes corporações não têm enviado esforços à altura dessas demandas globais. Para reverter a situação, o jornalismo (que, neste artigo, pode ser entendido como jornalismos) coloca-se como um aspecto importante de visibilidade do debate público e, principalmente, como alavancador do engajamento por parte da sociedade civil, apontando causas, responsabilidades e possíveis soluções a fim de encorajar o envolvimento de todos na resolução dos problemas identificados. A partir do olhar de ativistas brasileiros sobre diferentes temas ou causas, este artigo discute as fronteiras do jornalismo e suas novas possíveis configurações híbridas na relação com o engajamento na causa climática. A partir da perspectiva dos estudos culturais, foi realizado um estudo de recepção, no ano de 2022, com a condução de grupos focais online, com ativistas, de 18 até 35 anos, das cinco regiões do Brasil. A categorização das falas, feita a partir da análise de conteúdo, levou em consideração a irrupção de temas recorrentes e sua relação com o aporte teórico. Dentre os resultados de pesquisa, evidenciou-se, na fala dos participantes, uma permeabilidade de fronteiras entre jornalismo e outros gêneros comunicacionais, sendo que os ativistas também instigaram a possibilidade de o jornalismo adotar mais práticas e características de outros gêneros para propiciar mais engajamento em relação às questões climáticas.
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