Abstract
Com a evolução tecnológica, a comunicação online começou a fazer parte integrante do quotidiano das marcas e dos consumidores, preponderância que sofreu um acérrimo acréscimo com a pandemia. Inclusive em Portugal, apesar de apresentar valores mais analógicos, comparativamente com a média europeia. Presentemente, é difícil de delinear uma estratégia sem incluir a esfera virtual, dada a inevitabilidade da digitalização das mensagens. O mercado sofreu mutações e o internauta ganhou um protagonismo sem precedentes, como ativo, independente e empoderado produtor de conteúdos: o paradigma muda, com o surgimento do prosumer, que se afastou de uma vertente meramente recetora, passiva e contemplativa. Consequentemente, com a perda do monopólio comunicacional das insígnias, prevalece a troca de opiniões entre as comunidades virtuais, compostas por pares, em que se assiste à passagem da confiança das marcas, através da publicidade tradicional, para os próprios indivíduos. Subsistem circuitos de partilha informacional voluntária e informal, em que sobejam experiências personalizadas, tornando-se numa destacável, credível e orgânica fonte de influência.
Por outro lado, encontramo-nos numa sociedade maioritariamente visual, importância galvanizada com o surgimento das redes sociais, repletas de estímulos estéticos. Valoriza-se, primordialmente, o conteúdo imagético, através de uma argumentação iconográfica, em detrimento de uma retórica das palavras, nomeadamente na publicidade. Esta prevalência da imagem ocorre devido ao seu maior potencial emocional, simbólico, recreativo e motivacional, o que acaba por se repercutir numa maior capacidade para influenciar os processos de consumo. Destacam-se, portanto, as práticas audiovisuais, particularmente o vídeo, por proporcionar, mais facilmente, a visibilidade e a partilha de uma mensagem. São várias as mudanças implícitas numa era volátil, as quais urge conhecer. Para o efeito, operacionalizámos uma revisão bibliográfica holística e contemporânea, etapa que permitiu identificar as 21 características principais da comunicação publicitária em vigência em pleno século XXI, evidenciando-se a virtualidade e a visualidade.
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