Abstract
De forma transversal entre os países europeus, o envolvimento político tradicional dos jovens é reduzido. A sua ligação a formas de participação formal das diversas democracias representativas do continente europeu é cada vez mais distante, registando-se este afastamento dos jovens face aos partidos políticos e o aumento das taxas de abstenção. Estes jovens têm optado por focar a sua participação através de modos mais informais, como manifestações pontuais, ativismo, assinatura de petições e, claro, aumento da participação com foco em temas sociais e políticos em plataformas digitais como as redes sociais. No entanto, os jovens portugueses não apresentam os mesmos níveis de envolvimento informal quando comparados com os seus congéneres europeus. Os portugueses tendem a ser menos participativos, espelhando uma problemática que se estende visivelmente a toda a população portuguesa, que, de forma mais formal ou informal, também participam pouco. O presente artigo procura compreender a participação cívica e política dos jovens portugueses. Realizaram-se 24 entrevistas e distribuiu-se um questionário ao qual se obteve 262 respostas. Esta amostra permitiu compreender que os jovens se sentem cada vez mais atraídos por modos de participação informal, desconfiando dos partidos políticos e das diferentes organizações. A sua participação pauta-se por ser momentânea, espontânea e direcionada para problemáticas particulares que constituem seus interesses e motivações.
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