Abstract
Introdução: A enxaqueca é prevalente em 18% da população, sendo mais frequente em mulheres. Os portadores da migrânea desenvolvem sintomas crônicos e incapacitantes, que reduzem a produtividade no trabalho e prejudicam o convívio social. Apesar da importância clínica e epidemiológica, há poucos estudos sobre a relação entre migrânea e sua influência em distúrbios cerebrovasculares, sendo uma situação de difícil entendimento e tratamento para os profissionais que trabalham na área. O objetivo dessa revisão será entender a associação entre a enxaqueca e os distúrbios cerebrovasculares. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, usando artigos das bases de dados PubMed, BVS, Scielo, Cochrane e Scopus. Foram incluídos estudos realizados com humanos e animais nos últimos 10 anos, nos idiomas Português, Inglês e Espanhol. Os parâmetros de exclusão foram: artigos duplicados, fuga ao tema, revisões e trabalhos não disponíveis. O coeficiente de Kappa não foi calculado. Resultados: Apesar da discordância sobre a fisiopatologia vascular da enxaqueca, os estudos convergem acerca da prevalência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Ataque Isquêmico Transitório (AIT) e Amnésia Global Transitória (AGT) nos pacientes com migrânea, em especial naqueles com aura. Topiramato e os bloqueadores de cálcio apresentaram menores riscos. Discussão: Prevalência na população enxaquecosa de AVC Isquêmico e Hemorrágico, AGL e AIT, com possível relação entre esses achados e a presença do Forame Oval Patente (PFO), aura e idade do paciente. Deve-se haver cuidados no tratamento medicamentoso, evitando a piora dos sintomas. Conclusão: Encontrou-se associação entre migrânea e distúrbios cerebrovasculares, especialmente nos casos com aura e em correlações fisiopatológicas relacionadas ao PFO, às embolias paradoxais e às disfunções de coagulação.
Publisher
International Federation of Medical Students Associations of Brazil (IFMSA Brazil)
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