Abstract
Este artigo, realizado por meio do paradigma indiciário objetiva analisar sob diferentes perspectivas a Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina (EAMSC). Apresenta e discute elementos classistas e racistas do estado de Santa Catarina, desde sua gênese, como província, no século XIX. Nesse contexto, formas de escolarização e profissionalização ainda não universalizados, muitas vezes, eram ofertadas às populações pobres e negras mediante violência e opressão, concretizando posições hierárquicas e desigualdades sociais. As EAMSC situavam-se na confluência de objetivos como obter mão-de-obra subalternizada para a Marinha Imperial e higienizar os espaços públicos livrando as cidades que se modernizavam, especialmente as cidades portuárias, com maior complexidade social, dos menores que por ali perambulavam. Por outro lado, também representavam a esperança de se instruir, alimentar, trabalhar com remuneração e conquistar a cidadania em meio ao ambiente de rigidez e ameaças nas quais operavam, para muitas famílias e meninos que nelas se inseriram voluntariamente.
Publisher
Universidade Estadual de Londrina
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