Abstract
O último censo pecuário informa que o Brasil possui 17.976.367 cabeças de ovinos. Aproximadamente 23,69% desse efetivo está localizado na região sul do país, onde predomina a criação de raças produtoras de lã, ou lã e carne. Endogamia ou consanguinidade é definida como o acasalamento de indivíduos relacionados, e tende a ocorrer quando os rebanhos são pequenos ou provenientes de poucos genitores. Este estudo teve como objetivo estudar a estrutura e a diversidade genética do rebanho ovino da raça Romney Marsh no Brasil. Os dados de pedigree utilizados foram obtidos na Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), que é a mantenedora do banco de dados de registro de ovinos. Para uma análise mais completa foram utilizados dados dos Livros de Registro Puro de Origem (PO). A população referida como “total” foi composta por 22.833 indivíduos, e a população referida como “referência” composta por 17.053 registros. Os coeficientes de consanguinidade individual e médio, bem como as frequências gerais, foram calculados usando o software SAS. Os indicadores demográficos foram determinados a partir do software ENDOG. O coeficiente de consanguinidade médio encontrado na população total foi de 2,90%, e na população de referência foi de 3,55%. O valor mínimo de consanguinidade encontrado na população estudada foi de 0,01% e o máximo, foi de 43,47%. Animais consanguíneos na população de referência completa foi de 10,31%. Em 2018 os animais consanguíneos representavam 82,55% da população cadastrada. Intervalo médio de gerações 4,0488 anos. Devido ao uso intensivo de poucas linhas de reprodutores e ao alto grau de uniformidade genética da população, a raça Romney Marsh apresenta estreitos gargalos nos pedigrees. A população atual da raça Romney Marsh provém de apenas duas origens genéticas, sendo necessário introduzir genes novos para evitar a erosão genética e perdas por consanguinidade acentuada.
Publisher
Universidade Estadual de Londrina
Subject
General Agricultural and Biological Sciences
Reference24 articles.
1. Carolino, N., & Gama, L. T. (2002). Manual de utilização de software para a gestão de recursos genéticos animais. Estação Zootécnica Nacional, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Pescas.
2. Falconer, D. S., & Mackay, T. F. C. (1996). Introduction to quantitative genetics (4nd ed.). Longman Group Ltd.
3. Ferreira, O. G. L., & Gonçalves, M. S. (2016). Ovinocultura. Educat.
4. Gama, L. T. (2002). Melhoramento genético animal. Escolar Editora.
5. Gutierrez, J. P., & Goyache, F. (2005). A note on ENDOG: a computer program for analysing pedigree information. Journal of Animal Breeding and Genetics, 122(3), 172-176. doi: 10.1111/j.1439-0388.2005.00512.x