Abstract
A transmissão psíquica trabalha no sentido de vida e de morte, por meio das alianças inconscientes, entre e através das gerações. O objetivo deste artigo é discutir o lugar da incestualidade e da sensorialidade na transmissão psíquica do negativo. Enfatizamos que a herança do negativo faz parte da pré-história dos sujeitos, e que os traumatismos não elaborados, não acessíveis à memória, são inscritos no psiquismo familiar e nos corpos singulares. A fim de ilustrar a discussão proposta, apresentamos uma vinheta clínica de psicoterapia psicanalítica de família. Concluímos que a transmissão do negativo e a qualidade incestual atuantes nos laços familiares se evidenciam por meio da sensorialidade, no atravessamento dos espaços psíquicos e na temporalidade da família, causando prejuízos no reconhecimento das diferenças e nos processos de subjetivação.
Publisher
Universidade Estadual de Londrina
Reference19 articles.
1. Aulagnier, P. (1975). A violência da interpretação. Do pictograma ao enunciado. Rio de Janeiro: Imago.
2. Bion, W. (1967). Attacks on linking. In W. Bion, Second thoughts (pp. 93-109). London: Karnac.
3. Bion, W. R. (1962). Learning From Experience. London: Karnac.
4. Defontaine, J. (2007). L’empreinte familiale. Transfert, Transmission, Transagir. Paris: L`Harmattan.
5. Eiguer, A. (2011). Transmission psychique et trans-générationnel. Champ Psychosomatique: L’Esprit du temps, (60),13-25.