Correndo a gira

Abstract

O espaço público da cidade do Rio de Janeiro foi ocupado de múltiplas maneiras por Iemanjá e outros orixás do panteão das religiões afro-brasileiras. Este artigo irá analisar elementos sagrados transbordando para o universo festivo, musical e lúdico carioca. A festa de Iemanjá e a gravação de músicas abordando a entidade, com apropriações variadas, apontam formas de resistências das identidades culturais negras, marcando a presença do sagrado afro-brasileiro na vida urbana. Lançando mão de suas práticas rituais, líderes religiosos e praticantes ampliavam o universo de influência dos cultos, buscando legitimidade e reconhecimento social. Nos enfrentamentos das intolerâncias, das desvalorizações e depreciações sociais, a presença de símbolos religiosos na cena pública exerce um papel preponderante para aproximar os cultos afro-brasileiros da população carioca.