Abstract
Resumo: Nas últimas duas décadas, os geógrafos humanos teorizaram fortemente a escala, e intensificaram as afirmações de que ela é um elemento fundamental da teoria geográfica. No entanto, concomitante a este movimento há uma preocupação crescente de que a escala tenha se tornado um conceito pesado, carregado com significados múltiplos, contraditórios e problemáticos. Eu partilho dessa inquietação e argumento que um debate semelhante sobre a utilidade da “identidade” como uma categoria conceitual nas ciências sociais oferece insights instrutivos. Em paralelo às críticas recentes de categorias de identidade como nação e raça, eu encaro a confusão conceitual em torno da escala – e da política de escala –, em parte, como consequência do fracasso em se distinguir claramente entre a escala como uma categoria de prática e uma categoria de análise. Ao adotar a escala como uma categoria de análise, os geógrafos tendem a reificá-la como uma entidade ontológica fundamental; assim, trata-se uma categoria social empregada na prática da política socioespacial como um instrumento teórico central. Defendo que esta manobra analítica não é nem útil nem necessária, e sintetizo suas consequências nas análises sobre política de escala. Por fim, esboço os contornos de um programa de pesquisa para as políticas de escala que leva essa injunção a sério – tanto em termos de como teorizar a escala como uma categoria da prática quanto no que diz respeito ao foco da pesquisa em política de escala.Palavras-chave: categorias, epistemologia, prática, processo, escala. Rethinking scale as a geographical category: from analysis to practiceAbstract: In the past two decades human geographers have intensely theorized scale, and extended claims that it is a foundational element of geographic theory. Yet attendant with this move has been a growing concern that scale has become an unwieldy concept laden with multiple, contradictory and problematic meanings. I share that concern, and argue that a similar debate about the usefulness of ‘identity’ as a conceptual category in social science offers instructive insights. Paralleling recent critiques of identity categories such as nation and race, I view the conceptual confusion surrounding scale – and scale politics – as, in part, the consequence of failing to make a clear distinction between scale as a category of practice and category of analysis. In adopting scale as a category of analysis geographers tend to reify it as a fundamental ontological entity, thereby treating a social category employed in the practice of sociospatial politics as a central theoretical tool. I argue that this analytical manoeuvre is neither helpful nor necessary, and outline its consequences in analyses of the politics of scale. Finally, I sketch the altered contours of a research programme for the politics of scale if we take this injunction seriously – both in terms of how we theorize scale as a category of practice and what becomes the focus of scale politics research.Keywords: Categories, epistemology, practice, process, scale. Repensar la escala como una categoría geográfica: del análisis a la prácticaResumen: En las últimas dos décadas, los geógrafos humanos teorizaron fuertemente la escala, e intensificaron las afirmaciones de que es un elemento fundamental de la teoría geográfica. Sin embargo, con este movimiento, existe una preocupación creciente de que la escala se haya convertido en un concepto pesado, cargado con significados múltiples, contradictorios y problemáticos. Yo comparto esta inquietud y argumento que un debate similar sobre la utilidad de la “identidad” como una categoría conceptual en las ciencias sociales ofrece insights instructivos. En paralelo a las críticas recientes de las categorías de identidad como nación y raza, considero la confusión conceptual en torno a la escala -y la política de escala- en parte como consecuencia del fracaso en distinguirse claramente entre la escala como una categ oría de la práctica y una categoría de análisis. Al adoptar la escala como una categoría de análisis, los geógrafos tienden a reificarla como una entidad ontológica fundamental; así, se trata de una categoría social empleada en la práctica de la política socioespacial como un instrumento teórico central. Defiendo que esta maniobra analítica no es ni útil ni necesaria, y sintetiza sus consecuencias en los análisis sobre política de escala. Por último, esbozo los contornos de un programa de investigación para las políticas de escala que lleva este requerimiento en serio - tanto en términos de cómo teorizar la escala como una categoría de la práctica como en lo que se refiere al foco de la investigación en política de escala.Palabras clave: Categorías, epistemología, práctica, proceso, escala.
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