Abstract
O presente trabalho analisa a retomada do antigo projeto da construção de uma barragem no Rio Guapiaçu, no município de Cachoeiras de Macacu/RJ, pelo governo do estado do Rio de Janeiro. No entanto, o atual projeto da barragem (2010), apresenta nuances com relação ao projeto anterior (2005), pois teve o eixo de construção alterado. Apesar de o deslocamento espacial do eixo da barragem ser “discreto”, sendo apenas direcionada para uma posição mais a jusante, essa ação trouxe à tona profundas implicações sócio-espaciais, uma vez que o novo eixo acometerá assentamentos rurais, e promoverá a des-re-territorialização de centenas de famílias camponesas. Observa-se no deslocamento espacial que consolidou o novo eixo “Guapiaçu Jusante” como a melhor opção, que além dos aspectos hidro-geológicos, o preço da terra, ou seja, os custos inerentes às desapropriações foram seminais para tal decisão. Ação essa que delimitou uma cartografia onde “quem ganha e quem perde” é encerrada na perda dos camponeses, pois muitos ainda não têm sequer a titularidade da terra. Este trabalho está lastreado nos referenciais analíticos da justiça ambiental e da necropolítica que serão conceitualmente escrutinados neste manuscrito.
Publisher
Pro Reitoria de Pesquisa, Pos Graduacao e Inovacao - UFF