Abstract
O presente estudo buscou identificar as principais implicações que a semicultura e o processo de individualização efetivam no desencadeamento do sofrimento psíquico infantil, orientando-se a partir de uma pesquisa bibliográfica à luz dos fundamentos teóricos da Teoria Crítica da Sociedade e da Teoria da Sociedade de Risco, ao utilizar os pensamentos de Theodor W. Adorno e de Ulrich Beck como essência da discussão. A partir disso, identificou-se que a organização social, a semicultura e a individualização tencionam o desenvolvimento de impasses psicológicos em qualquer momento da vida, mas, principalmente na infância, por ser um período de construção identitária. A individualização dos riscos sociais se correlaciona ao processo de alienação – subsidiado pela semicultura –, que tenciona dissociar as contradições e os impasses subjetivos vivenciados pelo indivíduo de seu contexto e causas sócio-históricas. Aos sujeitos, impõe-se um imperativo constante de autoavaliação e responsabilização pessoal, reduzindo as possibilidades de ressignificação do sofrimento e de respostas coletivas.