Abstract
O objetivo da pesquisa foi investigar como professores(as) de Educação Física Escolar avaliam e se apropriam do Currículo do Estado de São Paulo para o Ensino Médio. Participaram do estudo 62 docentes, que responderam a um questionário semiestruturado com questões fechadas. Os resultados foram analisados por meio da estatística descritiva, sendo realizada uma Análise de Conteúdo das respostas abertas. Os resultados apontaram que 98,4% dos(as) docentes utilizam o currículo para nortearem suas práticas. As respostas à questão aberta sobre os motivos pelos quais o currículo é seguido revelaram três perspectivas: negativas, pragmáticas ou elogiosas ao documento. Ressalta-se que o campo curricular é atravessado por aspectos que vão além dos didático-pedagógicos, percorrendo os campos político, social e econômico. Nesse complexo contexto, é fundamental abordar a Educação Física considerando sua posição epistemológica ainda em desenvolvimento, o que dificulta a elaboração de currículos e a prática docente. Conclui-se que o currículo parece cumprir seu papel de orientação, mas evidencia-se a necessidade de considerar as opiniões dos(as) docentes na (re)avaliação das políticas educacionais, em especial diante das mudanças no ensino médio, cada vez mais sujeito à lógica neoliberal de precarização da esfera pública.