Abstract
A massificação da universidade e a sua abertura aos novos públicos escolares implicou a reconfiguração do sistema universitário e a adoção de políticas institucionais de promoção da inserção escolar destes “recém-chegados”. Portanto, este artigo de investigação tem como objetivo analisar as principais características socio-académicas dos alunos das universidades privadas de massa, as suas dificuldades de adaptação à academia, tanto no plano académico quanto no disposicional, e as oportunidades que esta passagem pela educação superior lhes abre. Para tal, analisam-se as perceções das equipas diretivas de seis cursos de três universidades privadas de massivas de Santiago do Chile sobre o seu público escolar, concluindo-se que os alunos destas universidades se caracterizam por traços comuns, mas também diferenciadores (essencialmente em função das suas trajetórias de vida) e que estes estudantes se regem pelas lógicas mercantilistas que configuram à educação chilena. Consequentemente, conclui-se ainda que as dificuldades destes alunos se situam no pilar académico e disposicional, o que exige às universidades estratégias socializadoras ativas (tanto de alunos quanto de famílias). Apesar destes obstáculos, os entrevistados são unânimes relativamente às vantagens da frequência universitária: mundivivência, aquisição de competências e habilidades, elevado retorno salarial e, last but not the least, reais oportunidades de mobilidade social intergeracional ascendente.
Publisher
Universidad Pedagogica Nacional
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