Abstract
A Internet é utilizada como ferramenta para colmatar a sensação de solidão, ao permitir a comunicação com os outros, mas pode ser, também, um contexto de risco para o desenvolvimento dos jovens. O presente estudo tem como objetivo explorar a relação entre a solidão, a comunicação parental-filial e a cibervitimização. O estudo foi feito com uma amostra de 401 adolescentes e jovens adultos, com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos. Recorreu-se à Escala de Solidão (UCLA), à Escala de Avaliação da Comunicação na Parentalidade (COMPA-A) e ao Questionário de Cibervitimização (CYVIC) para a recolha dos dados. Os resultados indicam uma prevalência total de 78.3% foi vítima de, pelo menos, um comportamento de cyberbullying. Sugerem que a solidão se correlaciona positivamente com a cibervitimização e negativamente com um padrão de comunicação positivo com os pais. Por fim, constatou-se que a cibervitimização e o padrão comunicacional negativo predizem positivamente a solidão e a expressão de afeto e apoio emocional da figura materna prediz negativamente a solidão. Estes resultados indicam que é necessário ter em conta as consequências psicológicas decorrentes do cyberbullying, e dotar estilos parentais que favoreçam a comunicação parental-filial direcionada para o uso problemático da Internet.