Abstract
O objetivo deste artigo é discutir as relações entre os processos de intensificação, extensificação e precarização do trabalho na universidade com o sofrimento e/ou adoecimento de professores, tutores, estudantes e técnico-administrativos. São apresentadas interlocuções de grupos de pesquisadores que discutem a relação entre trabalho e subjetividade. Destacamos, inicialmente, a intensificação do trabalho do professor na pós-graduação. Em seguida, apontamos os entrelaçamentos entre os referidos processos e suas relações com as múltiplas demandas da graduação e pós-graduação. Identificamos formas insidiosas e sorrateiras de sofrimento e adoecimento. Argumentamos ser necessário ampliar o olhar sobre o trabalho na universidade, de forma a considerar seus múltiplos agentes e sua dimensão global e multifacetada, sob a égide da degradação, desgaste e falta de sentido. Apontamos para situações nas quais distintas formas de sofrimento se desdobram em estresse, distúrbios de ansiedade ou depressão. Concluímos que tais desdobramentos podem provocar, especialmente nos estudantes, situações-limite de psychache, desalento e desesperança, de forma a implicar em tentativas ou atos suicidas que necessitam ser prevenidos e melhor investigados.
Publisher
Education Policy Analysis Archives