Affiliation:
1. Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, Brasil
Abstract
OBJETIVO: O diagnóstico diferencial entre asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) através da resposta aos broncodilatadores inalatórios na espirometria ainda é controverso. O objetivo deste estudo foi detectar quais variáveis espirométricas melhor diferenciam asma de DPOC. MÉTODOS: Estudo retrospectivo realizado entre abril de 2004 e janeiro de 2006, comparando-se os parâmetros espirométricos de 103 pacientes asmáticos, não fumantes, com os de 108 pacientes portadores de DPOC, fumantes de mais de 10 anos-maço. Todos os pacientes tinham mais de 40 anos e apresentavam doença estável no momento do exame. RESULTADOS: O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) pré-broncodilatador foi igual nos dois grupos (VEF1 = 51%), mas os portadores de DPOC eram mais velhos (66 ± 9 anos vs. 59 ± 11 anos, p < 0,001) e, na sua maioria, do sexo masculino (73% vs. 27%, p < 0,001). A mediana da variação absoluta do VEF1 pós-broncodilatador foi de 0,25 L (intervalo, -0,09 a 1,13 L) nos pacientes com asma e de 0,09 L (intervalo, -0,1 a 0,73 L) nos com DPOC (p < 0,001). A melhor combinação de sensibilidade (55%), especificidade (91%) e razão de verossimilhança (6,1) para o diagnóstico de asma foi obtida quando a percentagem de incremento do VEF1 pós-broncodilatador em relação ao VEF1 previsto foi igual ou maior que 10% (p < 0,001). Variações significativas isoladas da capacidade vital forçada foram mais comuns nos pacientes com DPOC. CONCLUSÕES: Em portadores de doenças pulmonares obstrutivas com mais de 40 anos, a Δ%prevVEF1 > 10% constitui o melhor parâmetro espirométrico para diferenciar asma de DPOC.
Subject
Pulmonary and Respiratory Medicine
Cited by
6 articles.
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