Affiliation:
1. Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Brazil; Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Brazil
2. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Brazil
3. Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Brazil
Abstract
RESUMO Antecedentes: Análise de bioimpedância (BIA) demonstrou adicionar acurácia às avaliações de estado nutricional e de volume em pacientes em diálise (HD). Objetivo: descrever amostra de pacientes em diálise de um único centro quanto aos aspectos demográficos e BIA na distribuição de volume e no estado nutricional, e a mortalidade em 12 meses de acompanhamento. Métodos: estudo de coorte observacional prospectivo para avaliar pacientes prevalentes em HD com BIA de frequência única. Resultados: avaliamos 82 pacientes, 29% acima de 65 anos. Pacientes idosos apresentaram maior AEC/ACT (0,51 vs. 0,44; p < 0,0001), e ângulo de fase mais estreito (PhA) (4,9 vs. 6,4º; p < 0,0001). Quinze pacientes (18,2%) foram a óbito durante acompanhamento, oito (53%) eram idosos. Óbito foi associado à idade (62,6 vs. 50,2 anos, p = 0,012), PhA pós-HD (4,8 vs. 6,2º; p = 0,0001), e AEC/ACT pós-HD (0,50 vs. 0,45, p = 0,015). A análise da curva ROC para prever mortalidade constatou que AEC/ACT ≥ 0,47 e PhA ≤ 5,5º apresentam melhor sensibilidade e especificidade. Sobrevida do paciente em um ano foi menor com AEC/ACT pós-HD ≥ 0,47 (69,5% vs. 90,6%; p = 0,019), idade ≥ 65 anos (64,2% vs. 86,2%; p = 0,029), e PhA ≤ 5,5º (68,2 vs. 91,0%; p = 0,002). A análise de regressão de Cox demonstrou que PhA [HR 5,04 (IC 95% 1,60–15,86); p = 0,006] permaneceu associado ao óbito após ajuste para idade e AEC/ACT. Conclusão: BIA é útil ao avaliar distribuição de volume e nutrição em pacientes em HD, e juntamente com julgamento clínico, pode ajudar a determinar o peso seco, principalmente em pacientes idosos. PhA mais estreito e maior AEC/ACT pós-HD foram associados a pior sobrevida em um ano.