Affiliation:
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Brasil
2. Universidade de São Paulo, Brasil
Abstract
Resumo Este ensaio, que traz contribuições póstumas da primeira autora, parte da compreensão da interseccionalidade como ferramenta teórica-metodológica e oferenda analítica que evidencia como sistemas múltiplos de subordinação e discriminação, suas consequências e dinâmicas estruturais, se relacionam entre dois ou mais eixos de opressão social. Propomos uma aproximação epistemológica entre esta compreensão e o campo da Alimentação e Nutrição, que contribua para pensar um cuidado alimentar e nutricional interseccional e uma práxis integral. Corroborando a metáfora da intersecção (e da encruzilhada), afirmamos que vários eixos de poder - raça, gênero, sexualidade, etnia, idade, classe, tamanho corporal, (dis)capacidades, entre outros - conformam as avenidas que estruturam o terreno do cuidado em saúde, inclusive o alimentar e nutricional. Entre tais avenidas e encruzilhadas, traçamos uma proposição inicial de Nutrição Clínica Ampliada e Implicada. Entre as implicações propostas, destacamos a reflexividade e a ação nas relações de poder e opressão, situando o(a) nutricionista como agente político, implicado com práxis emancipatórias, participativas e referenciadas socialmente. A interseccionalidade se traveste aqui como estratégia para o trabalho de justiça social, incluindo nesta a alimentação e a nutrição. Tratamos de relações em construção, constituindo práticas reflexivas, de composição de sentidos no ato do trabalho vivo alimentar e nutricional.
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