Affiliation:
1. Universidade Federal da Bahia, Brazil
Abstract
Resumo O artigo busca refletir sobre como as construções da autoridade e mobilidade etnográficas são moldadas pelas complexidades intrínsecas às condições de existência particulares ao campo em que nos situamos. Ao posicionar-me em campo enquanto um híbrido antropóloga-camgirl, desafio a própria construção celibatária (Kulick; Willson, 1995) de uma certa antropologia que preserva a assimetria entre sexo, dinheiro, pesquisa e subjetividade (Lino e Silva, 2014). Essa posicionalidade, ainda, se propõe a criticar o caráter objetivo e impessoal das estruturas de verificação e gerenciamento de confiança presentes nas empresas-plataforma (Slee, 2019), bem como algumas leituras feministas (Drenten; Gurrieri; Tyler, 2020; Dworkin, 1981; Pateman, 2016; Swain, 2004) que situam as trabalhadoras sexuais como aliadas ou vítimas inconscientes do desejo (hétero) sexual masculino. É a partir desses três princípios críticos que o presente artigo situa as particularidades e possibilidades metodológicas e seus efeitos teóricos baseados na dupla posicionalidade do(a) antropólogo(a).
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