Affiliation:
1. École des Hautes Études en Sciences Sociales, França
Abstract
Resumo A partir dos conceitos de hegemonia de Gramsci e de violência simbólica de Bourdieu, este artigo questiona a existência de uma americanização das Ciências Humanas e Sociais (CHS) francesas. Para responder a essa interrogação, propõe-se uma cartografia dos editores franceses e estrangeiros envolvidos na exportação/importação de obras de CHS, comparando os fluxos de tradução na França a partir das três línguas mais traduzidas nessa área – inglês, alemão e italiano. Tal comparação se apoia em uma análise quantitativa e qualitativa e permite examinar a evolução da relação de hegemonia intelectual entre tradições nacionais e também as relações de força entre campos editoriais nacionais e entre intermediários interculturais, por meio de vários índices: hegemonia do inglês, capital simbólico dos autores(as) e das tradições disciplinares nacionais e concentrações geográficas e editoriais, entre outros. Os dados levam a nuançar a ideia de uma “americanização” das CHS francesas, mas indicam igualmente que o aumento dos fluxos de tradução do inglês, em detrimento do alemão, revela mais uma hegemonia estadunidense do que uma dinâmica regional, provocada por diferentes lógicas: comercial, política, acadêmica e de acumulação de capital simbólico.1
Reference68 articles.
1. L’Édition en science sociales: une approche socio-épistémologique. Productions et marchés ; évaluation et sélection ; mise en texte et mise en livre;AUERBACH Bruno,2006
2. Note sur les échanges philosophiques internationaux;BOLTANSKI Luc;Actes de la recherche en sciences sociales,1975
3. Les Mondes de l’art;BECKER Howard,2010
4. Sociologie générale;BOURDIEU Pierre,2016
5. Les conditions sociales de la circulation internationale des idées;BOURDIEU Pierre;Actes de la recherche en sciences sociales,2002