Abstract
O presente artigo visa a identificar e compreender as formas de resistências, a partir das manifestações do sofrimento, na gestão do trabalho. Empreendemos uma investigação numa empresa pública, do setor de serviços, numa metrópole da região Sudeste do Brasil. Recorremos a entrevistas abertas com trabalhadores, gestores e profissionais de saúde dessa empresa. Para a análise dos relatos obtidos, empregamos como metodologia a hermenêutica-dialética. Constatamos que algumas das concepções do sofrimento na literatura especializada relegam o trabalhador à posição de doente ou de vítima, negligenciando a sua capacidade de resistência e a positividade proporcionada pela manifestação do sofrimento. Os depoimentos evidenciaram a existência de resistência reativa, que se apresentava sob as formas catártica e ambivalente, e uma resistência ativa. Concluímos que as formas reativas criam condições mínimas para a permanência no emprego, são capazes de evitar o estigma de doente, entretanto, não conseguem evitar as situações favorecedoras do sofrimento. No âmbito da gestão não se reconhece a existência do processo de adoecimento no trabalho e seus dispositivos de atribuição da identidade de doente; os modelos teóricos que orientam as avaliações de serviços não contemplam os benefícios e avanços originários das diferentes formas de resistência.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health,Health (social science)
Reference22 articles.
1. Homo sacer: poder soberano e a vida nua;AGAMBEN G.,2002
2. Da geração e da corrupção, seguido de convite á filosofia;ARISTÓTELES,2001
3. O processo de transformação do sofrimento em adoecimento na gestão do trabalho;BRANT L. C.,2004
4. Do nascimento da clínica à psicodinâmica do trabalho: a transformação do sofrimento em adoecimento;BRANT L. C.;Ciência e Saúde Coletiva,2004
5. O normal e o patológico;CANGUILHEM G.,2000
Cited by
3 articles.
订阅此论文施引文献
订阅此论文施引文献,注册后可以免费订阅5篇论文的施引文献,订阅后可以查看论文全部施引文献