Affiliation:
1. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
2. Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Abstract
Resumo Este ensaio aborda a relação conflituosa entre o instrumental epidemiológico teórico e o aplicado nos serviços de saúde, incluindo as dificuldades em se apreender a determinação social ligada ao modelo neoliberal e às subjetividades do trabalhador no seu processo criativo de resistir ao modelo de exploração da força de trabalho, que caracteriza o atual mundo laboral. É apresentado e discutido o papel da Epidemiologia no âmbito dos marcos teóricos da relação entre saúde e trabalho a partir da década de 1970: Medicina do Trabalho, Saúde Ocupacional e Saúde do Trabalhador. Embora existam críticas, identificou-se avanço metodológico nas publicações até o início dos anos 2000, quando as pesquisas se voltaram para um instrumental mais conservador e insuficiente para contextualizar as determinações sociais do processo de trabalho. No Brasil, ainda que haja suporte legal, a operacionalização da Epidemiologia a serviço da Saúde do Trabalhador no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda adota abordagens voltadas para mensuração de riscos. Tais abordagens se distanciam dos modelos que apreendem os reflexos da organização social, propostos por investigadores da América Latina, os quais ainda não se expressam nas publicações e nos serviços de Saúde do Trabalhador do Brasil.
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