Abstract
Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar como são construídos os discursos sobre a identidade social de circenses e fazer uma reflexão sobre o que tais discursos buscam legitimar e produzir em termos de verdade para os atores sociais estudados. Tem como base uma pesquisa de campo com circenses entrevistados em 31 circos itinerantes. Baseamo-nos em Woodward (2005) e Souza e Carrieri (2012) para efetuar a análise da identidade como resultado, ato de criação linguística, produto cultural e social; e em Foucault (1969; 1975; 1976; 1984a; 1984b; 2003; 2004; 2010) no entendimento das identidades como produtos das relações de poder. Adotamos a perspectiva da apreensão das identidades individuais e coletivas nas práticas discursivas, por meio do reconhecimento de padrões de práticas enunciativas comuns aos indivíduos, de Souza e Carrieri (2012). Metodologicamente, trabalhamos com a Análise Crítica do Discurso (ACD) (FAIRCLOUGH, 1992). Dois grandes percursos semânticos foram identificados: o da origem circense e o da tradição, explicitando o desejo do circense de se diferenciar do outro por meio de elementos genealógicos, como “sangue de serragem” e, também, do modo de existência, como em “água de lona”. Reconhecer o cotidiano dos circos e os enunciados discursivos que se ressignificam constantemente, permite apreender essas organizações que têm se reproduzido no tempo e no espaço da contemporaneidade.
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Cited by
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