Abstract
Resumo Debate-se como os acampamentos de fãs em espetáculos de música pop internacionais que passam pelo Brasil são emblemáticos para se perceber a colonialidade (QUIJANO, 2010) e a reiteração performática de gestos em torno do fascínio pelo estrangeiro na cultura juvenil brasileira. Postula-se, a partir do debate sobre as Teorias da Performance e dos Estudos Culturais Latino-americanos, que os acampamentos encenam disputas, mas também solidariedade nas relações de vulnerabilidade e aliança (BUTLER, 2018) entre fãs de cultura pop no Brasil. A partir de três acampamentos de fãs ocorridos entre os anos de 2013 e 2017, debate-se que o “naturalizado” afeto brasileiro aponta para zonas tensivas da performance de ser fã: o sacrifício e a espera como apontamentos para o merecimento de estar perto da artista; as fabulações sobre o estrangeiro e as dimensões da cultura global no cotidiano e o fascínio pela imagem de poder atrelado a construções de cidadanias parciais de gênero e raça no campo da cultura.
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