Affiliation:
1. Universidade de São Paulo, Brazil
Abstract
RESUMO: As propostas de renovação das bases teórico-metodológicas do ensino de língua portuguesa se constituíram, a partir da segunda metade do século XX, em resposta à diversidade linguística resultante da chegada, aos bancos escolares, de grupos sociais que historicamente não haviam tido acesso à escolarização formal. Desde então, o processo de urbanização do país se consolidou e a distribuição do ensino fundamental chega à quase totalidade dos alunos em idade escolar, reproduzindo-se, no entanto, as desigualdades no processo de distribuição dos usos socialmente legitimados da língua portuguesa. No atual contexto, os conflitos linguísticos na escola parecem não mais se sustentar em variáveis associadas às diferenças entre o rural e o urbano, ou em contraposições entre cultura oral e cultura letrada, mas nas resultantes históricas de um processo de clivagem linguística que constituiu a distribuição do português no território brasileiro. Observando-se as rupturas, dispersões, retrocessos e desigualdades que se reproduzem historicamente no país, neste trabalho questionam-se, com base em proposições mais recentemente elaboradas sobre a distribuição dos bens linguísticos no Brasil, concepções de ensino de língua portuguesa de caráter linear ou progressivo que se desenvolveria no interior de uma unidade linguística entre as variedades linguísticas que a compõem.
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