Affiliation:
1. Universidade Federal do Espírito Santo, Brazil
Abstract
RESUMO A crítica radical que Keynes faz à teoria dos fundos de empréstimos (TFE) revela a ruptura epistemológica entre a economia keynesiana e a economia neoclássica. Neste trabalho, estudarei a natureza dessa ruptura, mais especificamente no que diz respeito aos diferentes componentes da preferência pela liquidez e aos mecanismos a partir dos quais a incerteza se propaga nas diferentes esferas da economia. A partir dos trabalhos de Kahn e de Cardim de Carvalho, demonstrarei porque à não neutralidade da moeda é preciso acrescentar a não neutralidade do sistema financeiro. Na medida em que a atuação dos agentes se explica por meio de uma teoria da escolha dos ativos, mostrarei como a finança especulativa constitui um ativo específico e como ela exerce seus efeitos de propagação sobre a determinação da taxa de juros e, consequentemente, sobre o setor “real”. Em uma primeira parte, analisarei os fundamentos da crítica que Keynes faz à teoria dos fundos de empréstimos. Numa segunda parte, estudarei, a partir dos trabalhos de Cardim de Carvalho, as relações entre a preferência pela liquidez, a taxa de juros e a finança especulativa.
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