Affiliation:
1. Universidade do Porto, Portugal
2. Universidade do Minho, Portugal
3. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Brasil
Abstract
Resumo Este artigo pretende discutir os relacionamentos afetivo-sexuais de mulheres aprisionadas a partir de seis estudos de caso com reclusas em um presídio misto brasileiro de pequeno porte. Utilizaram-se como instrumentos entrevistas semiestruturadas, analisadas a partir da criminologia crítica feminista e da teoria do apego de John Bowlby. Os relacionamentos afetivo-sexuais da vida adulta foram compreendidos a partir das vivências da infância, marcadas pela insatisfação de suas necessidades afetivas, violências múltiplas, rompimentos de vínculos afetivos e desejo de constituição de uma família entendida como tradicional. Na prisão, enfrentam limitações para o contato, rompimentos e, algumas vezes, o fortalecimento dos relacionamentos. Em todos os casos analisados, aspiram reiterar a função do ser mulher por meio da constituição de uma família para a obtenção do reconhecimento enquanto sujeito. Evidenciou-se a necessidade de questionamento das normativas sociais de gênero, das restrições ao contato impostas nas prisões e da atual política de encarceramento brasileira.
Subject
Management, Monitoring, Policy and Law,Geography, Planning and Development
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