Affiliation:
1. Universidade Federal do Maranhão, Brazil
Abstract
RESUMO Objetivo: Identificar os fatores associados aos partos na posição vertical realizados em hospitais vinculados à Rede Cegonha no Brasil. Métodos: Estudo transversal com 3.073 parturientes que tiveram parto vaginal em 606 estabelecimentos de saúde no Brasil, localizados em regiões de saúde com plano de ação regional aprovado na Rede Cegonha. Foram avaliadas características socioeconômicas, demográficas e obstétricas das parturientes, aspectos organizacionais e de gestão das maternidades e processos de trabalho na atenção ao parto. Modelo de regressão logística multivariada com abordagem hierarquizada foi ajustado para identificar as variáveis associadas ao parto na posição vertical (desfecho), estimando-se odds ratio (OR) com nível de significância de 5%. Resultados: Do total de parturientes avaliadas, 6,7% das mulheres tiveram parto na posição vertical. Estiveram associados à maior chance de ocorrência do parto na posição vertical: ser preta (OR=2,07); ter 13 ou mais anos de estudo (OR=3,20); parir em hospital de alto risco (OR=1,58); parir em quartos PPP (que dispunham de assistência ao trabalho de parto, parto e puerpério no mesmo ambiente) em centros obstétricos (OR=2,07) ou em centros de parto normal intra-hospitalares (OR=1,62); ser assistida por enfermeiro obstetra (OR=1,64) ou por obstetriz (OR=7,62) quando comparado ao médico; receber massagem durante o trabalho de parto e parto (OR=1,91); utilizar banqueta (OR=4,35) e entre mulheres que não pediram/não receberem analgesia (OR=3,33). Conclusão: O parto na posição vertical é um evento relacionado a aspectos raciais e à escolaridade da parturiente, sendo estimulado em estabelecimentos de saúde onde estão implantadas boas práticas de assistência ao parto, com ambiência adequada e com equipes multiprofissionais contendo obstetriz e enfermeiro obstetra.
Subject
Epidemiology,Public Health, Environmental and Occupational Health,General Medicine
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