Affiliation:
1. School of Medicine of Universidade de São Paulo, Brazil
2. Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Aggeu Magalhães, Brazil
3. Universidade Federal de Pernambuco, Academic Center of Vitória, Brazil
4. Centro Universitário Uninovafapi, Brazil
5. Recife Health Secretariat, Multiprofessional Residency Program in Health Surveillance, Brazil
6. Universidade Federal de Pernambuco, Brazil
7. Fundação Oswaldo Cruz, Brazil
Abstract
RESUMO Objetivo: Analisar a dinâmica epidemiológica espaçotemporal das meningites no Brasil, entre os anos de 2010 e 2019. Métodos: Estudo ecológico descritivo com os casos e óbitos por meningites no Brasil (2010–2019) no Sistema de Informações de Agravos de Notificação. Realizaram-se (I) análises de frequências dos casos e óbitos, taxas de prevalência, mortalidade, letalidade, testes de exato de Fisher e qui-quadrado; (II) regressão de Prais-Winsten; e (III) índice de Moran global, local e densidade de Kernel. Resultados: Notificaram-se 182.126 casos de meningites no Brasil, dos quais 16.866 (9,26%) evoluíram para óbito, com taxas de prevalência de 9,03/100.000/habitantes, mortalidade de 0,84/100.000/habitantes e letalidade de 9,26%. Destaca-se a tendência de decrescimento das taxas de prevalência (−9,5%, intervalo de confiança de 95% — IC95% −13,92; −4,96, p<0,01) e mortalidade (−11,74%, IC95% −13,92; −9,48, p<01,01), enquanto a letalidade se manteve estacionária (−2,08%, IC95% −4,9; 0,8; p<0,1941). A maioria dos casos foi de meningites virais (45,7%), entre 1 e 9 anos (32,2%), enquanto a maior parcela dos óbitos foi por meningites bacterianas (68%), entre 40 e 59 anos (26,3%). Nos mapas de Moran e Kernel das taxas de prevalência e mortalidade, destacaram-se com altas taxas os municípios do sul, sudeste e a capital de Pernambuco, no nordeste; já na letalidade, evidenciaram-se o norte, o nordeste e o litoral do sudeste. Conclusão: Encontrou-se decréscimo dos casos e óbitos por meningites neste estudo, entretanto a taxa de letalidade foi maior em áreas com menor prevalência, reforçando a necessidade do aprimoramento das ações de identificação, vigilância e assistência em saúde dos casos, bem como da ampliação da cobertura vacinal.
Reference31 articles.
1. Aspectos epidemiológicos das meningites virais no estado do Piauí no período de 2007 a 2017;Gomes LS;Rev Eletrônica Acervo Saúde,2019
2. Community-acquired bacterial meningitis;van de Beek D;Nat Rev Dis Primers,2016
3. Meningite no Brasil em 2015: o panorama da atualidade;Silva HCG;ACM Arq Catarin Med,2018
4. Meningite: breve análise sobre o perfil epidemiológico no Brasil-BR, nos anos de 2018 e 2019;Macedo Junior AM;Int J Dev Res,2021
5. Aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais da meningite viral: uma revisão de literatura;Duque MAA;Braz J Dev,2023