Affiliation:
1. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brazil; Universidade Federal de Santa Catarina, Brazil
2. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brazil
Abstract
RESUMO Objetivo: Investigar as desigualdades relacionadas a raça/etnia e condição socioeconômica no autorrelato de resultado positivo para COVID-19 em adultos brasileiros. Métodos: Os dados disponibilizados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) COVID-19 (julho/setembro/novembro, 2020) foram utilizados nesta investigação retrospectiva. As análises consideraram o desenho amostral, unidades primárias de amostragem, estratos e pesos amostrais. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para estimar as razões de prevalência (RP) e o intervalo de confiança de 95% (IC95%) das associações. Resultados: Nos meses de julho, setembro e novembro de 2020, referente ao teste rápido, os indígenas tinham 2,45 (IC95% 1,48–4,08), 2,53 (IC95% 1,74–4,41) e 1,23 (IC95% 1,11–1,86) vezes maior probabilidade de reportar o histórico positivo de infecção por SARS-CoV-2, respectivamente. Com relação ao teste RT-PCR no mês de novembro, os indígenas apresentaram mais chance de testarem positivo para COVID-19 (RP: 1,90; IC95% 1,07–3,38). Foi observado que o grupo de indígenas apresentou 1,86 (IC95% 1,05–3,29) e 2,11 (IC95% 1,12–3,59) vezes mais chances de positivarem para COVID-19 em setembro e novembro (2020). A renda esteve associada com a testagem positiva para a COVID-19: no mês de novembro, indivíduos com renda variando entre R$ 0,00–R$ 1,044 tiveram maior probabilidade (RP: 1,69; IC95% 1,16–23,06) de testarem positivo através do teste RT-PCR; participantes com renda variando na referida faixa de valor também apresentaram maior chance de serem diagnosticados com COVID-19 através de testes sanguíneos (RP: 1,72; IC95% 1,43–2,07). Conclusão: Os dados apresentados evidenciam a associação entre a raça/etnia e o status econômico com o resultado positivo para COVID-19.