Affiliation:
1. Universidade Federal de Juiz de Fora
Abstract
RACIONAL: Diarréia nosocomial parece ser comum em unidades de terapia intensiva, embora sua epidemiologia seja pouco documentada em nosso meio. OBJETIVO: Determinar a incidência e fatores de risco de diarréia entre pacientes adultos internados em unidade de terapia intensiva. MÉTODOS: Foram incluídos prospectivamente 457 pacientes no período entre outubro de 2005 e outubro de 2006. Dados demográficos, clínicos e bioquímicos, bem como aspecto e número de evacuações eram registrados diariamente até a saída do paciente do setor. RESULTADOS: Diarréia ocorreu em 135 (29,5%) pacientes, durando em média 5,4 dias. O tempo do seu início em relação à internação foi de 17,8 dias e casos similares de diarréia no mesmo período foram registrados em 113 (83,7%) pacientes. A mortalidade hospitalar foi maior nos pacientes com diarréia do que naqueles sem esta intercorrência. Na análise multivariada através de modelo de regressão logística, apenas o número de antibióticos (OR 1,65; IC 95% = 1,39-1,95) e o número de dias de antibioticoterapia (OR 1,16; IC 95% = 1,12-1,20) associaram-se estatisticamente com a ocorrência de diarréia. Cada dia de acréscimo a mais da antibioticoterapia aumentou em 16% o risco de diarréia (IC 12% a 20%), enquanto a adição de um antibiótico a mais ao esquema antimicrobiano aumentou as chances de ocorrência de diarréia em 65% (IC 39% a 95%). CONCLUSÃO: A incidência de diarréia nosocomial na unidade de terapia intensiva é elevada (29,5%). Os principais fatores de risco para sua ocorrência foram número de antibióticos prescritos e duração da antibioticoterapia. Além das precauções entéricas, a prescrição judiciosa e limitada de antimicrobianos, provavelmente reduzirá a ocorrência de diarréia neste setor.
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